Wednesday, October 7, 2009

Lucro + Download

Recentemente, o Parlamento francês aprovou a Lei Antipirataria que vai criar um novo órgão regulador para investigar internautas suspeitos. Quem for flagrado fazendo download ilegal terá i acesso à internet cortado por até três anos, pagará multa e ainda pode ser condenado à prisão.

Música independente

Enquanto o setor comercial sofre com o download ilegal e principalmente com a pirataria, o mesmo não ocorre com a música independente. Segundo Felippe Llerena, diretor da ABMI (Associação Brasileira da Música Independente) e do iMúsica, o mercado nunca esteve tão bom. A interação das mídias (game, internet) com a música ajuda o a divulgação do trabalho dos artistas.

Essa decisão levantou, novamente, o debate sobre o download de músicas pela internet em todo o mundo. No Brasil, mais um capítulo dessa discussão tomou forma quando o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) proibiu a empresa Cadari Tecnologia da Informação e outros, responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção do K-Lite Nitro, de disponibilizar o software P2P.

A condenação de um desenvolvedor nacional de software de compartilhamento é inédita no país. A ação foi movida, em setembro, pela Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos (APDIF) que representa as cinco principais companhias fonográficas do país: EMI, Som Livre, Sony Music, Universal Music e Warner Music.

Agora, o principal desafio é tentar achar uma maneira para que tanto as gravadoras e artistas quanto o público saíam ganhando. Afinal, ambos os lados acabam sendo prejudicados com a pirataria.

 

Apesar dos prejuízos, a própria indústria fonográfica confessa que a internet oferece benefícios. “O mercado de hoje enfrenta competição desleal com a oferta gratuita de conteúdo na Internet através principalmente de redes P2P, e consumidores cada vez mais habituados a nada pagar por conteúdo musical. Por outro lado, a Internet possibilitou a disponibilização de ferramentas e aplicativos que de uma forma genérica, tornaram a produção e a promoção de música mais fácil e acessível”, afirma Paulo Rosa, presidente da Associação brasileira de produtores de disco (ABPD).

Serviços pagos

Uma das formas legais mais populares é o licenciamento de músicas através de lojas online que vendem downloads de canções avulsas ou de álbuns completos. Esse é o caso do Sonora do Portal Terra que oferece serviços gratuitos e pagos. Quem quiser, pode ouvir todas as músicas do site sem pagar nada, mas para fazer downloads é preciso ser assinante. Os usuários podem escolher assinaturas que custam R$ 9,90, R$14,90 ou R$19,90.

Luciano Schneider, diretor de produtos do Terra para a América Latina, acredita que o Sonora seja uma boa alternativa para combater a pirataria na internet. “Estamos muito satisfeitos com os resultados do Sonora. O site no Brasil é exemplo para outros países”.  Porém,  Schneider destaca a dificuldade de fechar acordos com as gravadoras. “Acho que é necessário uma discussão com os envolvidos para acharmos um modelo que beneficie a todos. As gravadoras também deveriam ser mais flexíveis, elas criam proteções nas músicas para que não sejam tocadas em todos os aparelhos. O próprio Sonora demorou para conseguir fechar contrato com as gravadoras”, ressalta Schneider.

Outro serviço disponível é a iMúsica que distribui música digital na América Latina e conta com 400 gravadoras independentes e 400 editoras no Brasil. Além do download, ela funciona como um canal de exportação do conteúdo brasileiro  pra lojas digitais internacionais como iTunes e Amazon.com.

Para Llerena, agora, o desafio é entender o comportamento do consumidor já que as novas atividades dispersaram o apelo da música. “Atualmente, as pessoas que compravam CDs estão fazendo outras coisas. Agora existe uma oferta de novas opções, de ferramentas que antes não existiam”.

No segmento de música independente, muitos artistas são descobertos através da web ou de novas tecnologias. Por isso, as gravadoras precisam seduzir o consumidor final para que eles comprem os produtos ou baixem as faixas legalmente.

“O artista precisa se fazer conhecido com as novas ferramentas. Elas são uma ótima opção. O mercado de internet é um grande canal, espetacular para a divulgação”, finaliza Llerena.

Por Pâmela Nunes e Suzana Leite

Colaboração de Fernando Bamberg @flickr.com/bamberg86

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